ao contrário do que seria de esperar, fez-me bem o desamor. dizem-me que ando mais leve, que tenho um ar saudável. arrisco: há-de haver quem me ache mais bonita agora do que antes. ninguém diria, este desarranjo que vai cá dentro. de mão dada com o meu velho demónio de estimação, caminhei para o centro do horror, e nele (re)encontrei o signo da liberdade. não teria escolhido o exílio, se pudesse, mas o que reconheço hoje é que, à margem da memória, a leveza mais não é que a visibilidade de uma alívio: é Sísifo que não mais empurra a pedra montanha acima, e caminha livremente pelas suas encostas.
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mas não se enganem. este vigor não é inocente. não existe senão à custa do meu peito feito absimo. tolerância zero aos afectos. gajo que chegue perto de mim há-de ver-se metido em desportos radicais. não duvido das minhas capacidades para tornar a proximidade um inferno.
posted by saturnine | 23:44 |
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